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(1881-1937)
Baldeação
Lage
Coronel José Egídio
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Tronco CM - 1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2004
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Cia. Mogiana de
Estradas de Ferro (1881-1937) |
LAGE
Município de Santa Cruz das Palmeiras,
SP |
Linha-tronco original - km 191
(1932) |
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SP-2293 |
Altitude: - |
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Inauguração: 01.11.1881 |
Uso atual: moradia (2013) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1891 |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha-tronco da Mogiana teve o primeiro trecho inaugurado em 1875,
tendo chegado até o seu ponto final em 1886, na altura da estação
de Entroncamento, que somente foi aberta ali em 1900. Inúmeras retificações
foram feitas desde então, tornando o leito da linha atual diferente
do original em praticamente toda a sua extensão. Em 1926, 1929, 1951,
1960, 1964, 1971, 1973 e 1979 foram feitas as modificações mais significativas,
que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos
trechos retificados. A partir de 1971 a linha passou a ser parte da
Fepasa. No final de 1997, os trens de passageiros deixaram de circular
pela linha. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Lage foi aberta em 1881, como ponta de linha da "linha
do Ribeirão Preto", que era o trecho que continuava
o tronco para além de Casa Branca.
As linhas seguintes são do relatório da Mogiana, de
26/2/1882: "Recebida, na forma do contrato, a 1a secção
da linha até a estação da Lage, e na extensão
de 22 km, foi ella aberta ao trafego no dia 1/11".
Logo depois, o tráfego foi suspenso, por causa do desabamento
de várias rampas de cortes, e queda de aterros, e apenas alguns
meses depois foi restabelecido.
Em 16 de agosto de 1882, a linha foi esticada até São
Simão, data esta considerada em alguns livros da Mogiana
como sendo da inauguração de Lage.
Em 1888, a estação recebeu 1.551 imigrantes,
de um total de 11.576 transportados pela Mogiana, sendo a estação
dessa ferrovia que mais recebeu imigrantes nesse ano. A segunda estação,
Amparo, recebeu apenas 972.
Em 1890, a Mogiana construiu e entregou o prédio definitivo
para a estação. "Na Lage deu-se começo
à nova estação, que deverá ser do mesmo
typo da de Villa Costina, tendo porém o armazém 20 metros
de comprimento em vez de 12" (relatório
da Mogiana, 20/04/1890). "Foi concluída a construcção
da nova estação de Lage, e entregue ao trafego"
(relatório da Mogiana, 14/10/1890).
A estação, nessa época, já era o pivô
de uma crise entre a Mogiana e a Cia. Paulista, que começou
com a sua construção e perdurou por quase trinta anos,
acabando somente com os acordos entre as duas ferrovias, que resultaram
na construção da estação de Baldeação,
comum às duas, em 1913. O problema surgiu por causa da acusação
da Paulista contra a Mogiana, de que esta teria invadido sua zona
privilegiada na região de Santa Cruz das Palmeiras e,
pior ainda, construído nesse trecho uma estação.
A Mogiana contra-atacou quando, alguns anos depois, a Paulista começou
a construir o ramal de Santa Veridiana, que chegou finalmente,
mesmo com as ameaças e embargos tentados pela concorrente,
a Santa Veridiana, uma estação distante
menos de um quilômetro de Lage.
Mesmo assim, Lage saía ganhando: até que o caso
fosse resolvido, era ela que servia de ponto de baldeação
de cargas e de passageiros entre as duas ferrovias, havendo até
um pequeno tramway (aberto em 20 de setembro de 1898 - ver caixa abaixo), fechado logo depois,
em junho de 1899 ainda permanecia fechado, mas uma foto de 1904 tirada
em Santa Veridiana mostra que ele havia voltado a operar -
sabe-se Deus até quando), que auxiliava no transporte entre
as duas estações. Por causa desse "bondinho",
a Mogiana chegou a fechar a estação no mesmo dia (25
de setembro de 1898) da inauguração das estações
de Coronel Correa e de Coronel José Egidio, como
represália à situação. O problema foi
que este fechamento prejudicava 40 mil passageiros por ano - número
que constava no movimento da estação em 1897. Curioso
o artigo publicado pelo O Estado de S. Paulo no dia 25 de setembro
(veja-o aqui - OESP
25/9/1898) onde se noticiava que em Lage todos estavam felizes
com o fechamento da estação - o que não parece
fazer sentido.
A estação permaneceu fechada pelo menos por parte do
ano de 1899 (em junho, ainda estava). Acabou sendo reaberta, mas não
consegui saber quando. LEIA AQUI MAIS SOBRE O FECHAMENTO DA ESTAÇÃO
DA LAGE EM 1898: APSP
20/08/1889; OESP
24/9/1898; OESP
24/9/1898 (2); OESP
28/9/1898;
OESP
30/9/1898; OESP
9/11/1898; OESP
10/11/1898; OESP
15/8/1901; OESP
27/9/1909; OESP, 8/11/1898; OESP, 9/11/1898; OESP, 10/11/1898 e nos caixas mais abaixo.
Em 19/10/1907, o jornal O Estado de S. Paulo anunciava que
"o administrador geral dos Correios pretende criar uma grande
agência na estação da Lage, na linha Mogyana,
afim de evitar acumulos de correspondência na capital".
Tudo isso ressalvava a importância do local na época.
Porém, depois da construção de Baldeação,
que passou a cumprir as suas antigas funções, e com
vantagens, Lage, muito próxima, acabou por, aos poucos,
perder sua importância, até ser fechada, em 1/12/1932,
"pois, distando pouco mais de 1 km de Baldeação,
e tendo sido proporcionado ao público acesso a esta estação,
o que anteriormente não existia, a estação se
tornou desnecessária, sendo a sua denominação
aproveitada para o posto telegráfico instalado no km 198".
Os aparelhos telegráficos e de staff elétrico da estação
da Lage foram para o posto da Lage (Relatório
Mogiana, 1932).
Logo em seguida a seu fechamento, o prédio da antiga estação
foi reformado, transformando-se em casa de turma, onde foram morar
vários funcionários que trabalhavam na estação
de Baldeação; a plataforma foi demolida, pois
não era mais necessária.
Enquanto tudo isto acontecia, no então km 198, mais à
frente e antes da estação de Coronel José
Egídio, foi aberto no mesmo dia um posto telegráfico
com o mesmo nome: Lage. Em 01/09/1937, o posto teve o nome
alterado para Brejão. Note que, em 1938, a quilometragem
do posto já era outra (194,297).
Em 1959, a linha foi transferida para mais longe, no trecho entre
Coronel Correa-nova e Coronel José Egídio.
A estação foi aos poucos abandonada e a casa, em 2013,
servia como moradia.
(Veja também BREJÃO, SANTA VERIDIANA e BALDEAÇÃO
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1883
AO LADO: Fuga em Lage (A Provincia de São Paulo, 24/06/1883). |
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1884
AO LADO: Caiu um jetuitibá na linha em Lage e interrompeu o tráfego na linha (A Provincia de São Paulo, 29/10/1884). |
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1886
AO LADO: O Imperador D. Pedro II esteve
em Lage em 23/10/1886. A estação de Santa Veridiana,
da CP, ainda não existia (Correio Paulistano, 26/10/1886).
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1889
AO LADO: Protesto da Mogiana contra a Paulista por invasão de zona privilegiada - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO INTEIRO ((A Provincia de São Paulo, 11/08/1889). |
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1892
AO LADO: Sal para Santa Cruz das Palmeiras pode vir pela Mogiana e descarregar na estação de Lage (O Estado de S. Paulo, 5/10/1892). |
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1893
AO LADO: Trate as cargas na estação
da Lage (O Estado de S. Paulo, 11/1/1893). |
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1893
AO LADO: Acidente na estação
da Lage (O Estado de S. Paulo, 29/6/1893). |
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1897
AO LADO: O padre faz besteira, desce do trem em Lage e vai de cavalo a Casa Branca (O Estado de S. Paulo, 25/6/1897). |
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1897
AO LADO: Na bilheteria da estação
de Lage, o chefe abusa (O Estado de S. Paulo, 17/7/1897).
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1898
AO LADO: O acidente a que o jornal se refere ocorreu próximo à estação de Jacuba, hoje Hortolandia, no tronco da Paulista (O Estado de S. Paulo, 9/8/1898). |
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1898
AO LADO: E finalmente foi aberto o bonde de Laje a Santa Veridiana (O Estado de S. Paulo, 21/9/1898). |
1898
À DIREITA: A Mogiana abre as estações de Coronel Correa e de Coronel José Egidio e fecha a de Lage como represalia ao bonde de Santa Veridiana (O Estado de S. Paulo, 22/9/1898). |
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1898
À DIREITA: A Mogiana fecha a estação de Lage e se defende - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA LER A REPORTAGEM INTEIRA (Diário de Campinas, 1/10/1898, transcrito no jornal O Estado de S. Paulo, 4/10/1898). |
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1898
À DIREITA: A Mogiana recebe ordem judicial para reabrir a estação de Lage e fechar as outras duas estações abertas, até o dia 30 de outubro. Porém, o bonde não pode voltar a funcionar (O Estado de S. Paulo, 23/10/1898). |
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1898
À DIREITA: O bonde volta a funcionar em 31 de outubro; supõe-se que a ordem estadual para tal foi conseguida (O Estado de S. Paulo, 4/11/1898). |
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1898
À DIREITA: A Mogiana recebe críticas depois de o bonde voltar a funcionar CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA LER A REPORTAGEM INTEIRA(O Estado de S. Paulo, 4/11/1898). |
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1898
À DIREITA: A Mogiana recebe críticas depois de o bonde voltar a funcionar CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA LER A REPORTAGEM INTEIRA (O Estado de S. Paulo, 4/11/1898). |
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1898
AO LADO:
A Mogiana não quer divulgar que o bonde voltou a operar.(O
Estado de S. Paulo, 6 e 7/11/1898)
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1900
AO LADO: O trecho Lage - Coronel José Egydio está dando problemas, atrasando os trens .(O
Estado de S. Paulo, 12/02/1900) |
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1900
AO LADO: Fuga na estação da Lage .(O
Estado de S. Paulo, 03/08/1900) |
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1932
AO LADO: 34 anos depois do imbloglio entre esta eswtação e a de Santa Veridiana,a Mogiana recebe a a autorização para fechar e transferir a estação - desta vez por outros motivos (O
Estado de S. Paulo, 3/12/1932) |
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1932
AO LADO: A estação foi fechada (O
Estado de S. Paulo, 4/12/1932) |
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(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Sergio Luiz Pollini; Luiz Afonso Mendes Jr; Luiz Affonso Mendes (in
memoriam); Ralph Mennucci Giesbrecht: Caminho para Santa Veridiana-as
ferrovias em Santa Cruz das Palmeiras, Ed. Cidade, 2003; O Estado
de S. Paulo, 1907; Correio Paulistano, 1886; Cia. Mogiana: Album,
1910; Cia. Mogiana: Relatórios anuais, 1872-1969; Mapa - acervo
R. M. Giesbrecht) |
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A estação de Lage,
c. 1910. Álbum da Mogiana
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A antiga estação, depois reformada para ser casa
de turma, hoje como moradia, em 07/05/1996. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Sete anos depois da foto, em 25/10/2003, um anexo, também
de tijolinhos, foi construído junto à estação.
Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação, vista do outro lado, em 25/10/2003.
Foto Ralph M. Giesbrecht
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A estação de Lage, vista pelo outro lado, em 2013.
Foto Sergio Luiz Pollini em 2013 |
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Atualização:
30.11.2021
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