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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
...
(1878-1951)
Papagaios
Casa Branca
Briaréu
...
Saída para o ramal de Mococa (1884-1951):
Itobi
...
No ramal de Mococa (1951-1992):
Casa Branca-nova
Casa Branca
Itobi
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Tronco CM - 1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2011
...
 
Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1878-1971)
FEPASA (1971-1998)
CASA BRANCA
Município de Casa Branca, SP
Linha-tronco original - km 168,534
Ramal de Mococa - km 174,364 (1960)
  SP-1123
Altitude: 716 m   Inauguração: 14.01.1878
Uso atual: centro de eventos municipal (2023)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1890
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da Mogiana teve o primeiro trecho inaugurado em 1875, tendo chegado até o seu ponto final em 1886, na altura da estação de Entroncamento, que somente foi aberta ali em 1900. Inúmeras retificações foram feitas desde então, tornando o leito da linha atual diferente do original em praticamente toda a sua extensão. Em 1926, 1929, 1951, 1960, 1964, 1971, 1973 e 1979 foram feitas as modificações mais significativas, que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos trechos retificados. A partir de 1971 a linha passou a ser parte da Fepasa. No final de 1997, os trens de passageiros deixaram de circular pela linha.
 
A ESTAÇÃO: A estação original de Casa Branca foi aberta em 1878 como ponta de linha do tronco, assim permanecendo até 1882, quando foi inaugurado o trecho Casa Branca-São Simão.

O Imperador Dom Pedro II chegou a visitar Casa Branca em fins de 1877, indo de trem até a estação anterior (que era Aterradinho e não durou dez anos em funcionamento), mas a chuva e a lama impediram-no de inaugurar a estação então ainda em final de construção (ver também Aterradinho).

Este prédio ainda era provisório: "Todas as estações (do prolongamento) foram feitas de armações de trilhos usados, cobertas de zinco, e fechadas com taboas de pinho, e todas convenientemente pintadas e possuindo internamente as accommodações necessarias. A estação de Casa Branca, pelo mesmo systema, só differe das outras nas dimensões, que são muito maiores. As estações intermediárias ficaram à companhia em 2:000$000 cada uma, e a de Casa Branca em 12:000$000 mais ou menos" (Relatório da Mogiana, 10/03/1878, sobre as cinco estações do prolongamento de Mogi-Mirim a Casa Branca).

Segundo o relatório da Mogiana de 1890, neste ano "concluiu-se a estação de Casa Branca", eliminando-se a estação de madeira - que mesmo ainda sendo provisória, havia sido aumentada em 1883, segundo o relatório do Presidente da Província de 1884. Um pouco antes, a entrada da linha na estação foi alterada (Ver caixa abaixo de 1889). Esta mudança pode ter estado relacionada com a alteração das linhas na região de Casa Branca vindo de Campinas, com a eliminação, na mesma época, da antiga estação do Aterradinho.

Em 1895, havia um bonde a burros que descia da estação para o centro da cidade. Pelo menos uma vez, este bonde desceu ladeira abaixo por excesso de peso - ele transportava cargas também (ver caixa de 1895, abaixo).

Em 1900, em pleno surto de febre amarela na cidade e no Estado, ainda não havia banheiro no prédio da estação (ver caixa abaixo).

Da estação de Casa Branca saía, desde 1890, o ramal que levava a Mococa e a Guaxupé.

Funcionou como estação principal da cidade até o ano de 1951, quando foi inaugurada a estação nova da cidade, que passou a atender ao tronco e à saída do ramal.

A estação antiga, então, ficou sendo a primeira do ramal de Mococa, que passou a ter como ponto inicial Casa Branca-nova, e passou a ser chamada de Casa Branca Ramal.

Depois de desativada em 1988, a estação de Casa Branca-Ramal serviu de sede para o pessoal da eletrificação do trecho Campinas-Ribeirão Preto, e para estocagem de material elétrico. Essa eletrificação, entretanto, nunca passou de Casa Branca. "Compraram milhões em equipamentos, inclusive locomotivas francesas para abandonar tudo no mato. As locomotivas nunca chegaram a circular porque eram mais largas e iam bater em todas as plataformas das estações. Belos engenheiros", conta Rodrigo Cabredo.

O ramal, depois de uma reativação em 1986, foi logo desativado e os trilhos retirados; entretanto, manteve-se a ligação entre a estação e a de Casa Branca-nova, e em dezembro de 2000, embora o prédio já estivesse ocupado pela Prefeitura Municipal, o pátio ainda continha os desvios com alguns vagões.

Poucos meses depois disso, os armazéns da estação, do outro lado do pátio, foram invadidos, depredados, saqueados e incendiados. Até por volta de 2000, o antigo ramal ainda seguia por alguns metros no sentido de Itobi, e, logo depois de cruzar a avenida de entrada principal da cidade, desaparecia no meio do matagal.

Pouco depois (2004), retiraram-se esses trilhos e ainda a ligação entre as duas estações de Casa Branca.

(Veja também CASA BRANCA-NOVA)

(Veja também a ROTUNDA DE CASA BRANCA)


ACIMA: Antes da abertura do trecho para Casa Branca, em 1877, ele estava sendo utilizado para trens "especiais", que transportavam autoridades, mas não os acionistas, pelo jeito... (CLIQUE PARA VER TODA A REPORTAGEM) (A Provincia de S. Paulo, 23/10/1877).

1877
AO LADO:
A cerca de quinze dias da abertura da estação, os trilhos já estavam assentados até Casa Branca ( (A Provincia de S. Paulo, 23/12/1877).

1878
AO LADO:
Aviso da inauguração da estação de Casa Branca em 14/1/1878 (A Provincia de S. Paulo, 12/2/1878).

1878
AO LADO:
Na estação de Casa Branca faltam bancos (A Provincia de S. Paulo, 01/03/1878).

1884
AO LADO:
A decisão sobre o ponto de partida: Casa Branca ou Lagoa Branca)? (A Provincia de S. Paulo, 13/8/1884).,

1890
AO LADO:
Casal é preso ao descer do trem em Casa Branca (O Estado de S. Paulo, 18/4/1890).,

1891
AO LADO:
Acidente entre Casa Branca e Engenheiro Mendes (O Estado de S. Paulo, 15/1/1890).,

1891
AO LADO:
Acidente próximo à estação de Casa Branca (O Estado de S. Paulo, 1/3/1891).

1891
AO LADO:
Tiros na estação de Casa Branca (O Estado de S. Paulo, 12/4/1891).

1891
AO LADO:
Roubou a mulher do amigo, mas acabou preso na estação (O Estado de S. Paulo, 19/9/1893).

1895
AO LADO:
O bonde a burros disparou ladeira abaixo (O Estado de S. Paulo, 8/7/1895).,

1895
AO LADO:
Explosão da locomotiva #46 da Mogiana em Casa Branca - embora no texto consta que ela era da Cia. Paulista, engano da nota (O Estado de S. Paulo, 7/8/1895).,

1896
AO LADO: Luz elétrica é instalada na estação (O Estado de S. Paulo, 22/10/1896).

1897
AO LADO:
Trabalhador da ferrovia morto no pátio da estação (O Estado de S. Paulo, 23/3/1897).,

1898
AO LADO:
A construção de um poço na estação poderia afetar o abastecimento de água na cidade (O Estado de S. Paulo, 12/2/1898).

1900
AO LADO:
Estação sem banheiros (O Estado de S. Paulo, 1/1/1900).

1903
AO LADO:
O surto de febre amarela em Casa Branca(O Estado de S. Paulo, 10/4/1903).

ACIMA: Greve dos operários da Mogiana em Casa Branca em 1920, que se estenderia por mais de uma semana. Outras estações também adeririam à greve (O Estado de S. Paulo, 1/4/1920).

1923
AO LADO:
Construção de armazens de café na estação (O Estado de S. Paulo, 12/2/1923).

1923
AO LADO:
Descarrilamento próximo à estação (O Estado de S. Paulo, 30/6/1923).

ACIMA: O pátio de Casa Branca, talvez anos 1930. Notar a rotunda ainda em pé um pouo acima do centro da foto - CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VE-LO EM DETALHE E ÁREA MAIORES (Autor desconhecido).
1934
AO LADO: A jardineira Mococa-Casa Branca havia sido cancelada (O Estado de S. Paulo, 7/11/1934).
ACIMA: CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VE-LA EM TAMANHO MAIOR - A linha da Mogiana em 1934 na cidade de Casa Branca. Ela chega do sul (canto direito inferior), faz uma curva enorme (que ainda existia até alguns anos atrás) e sobe para o norte no sentido de Coronel Correa. Também lança para a direita o ramal de Mococa. Compare com o mapa mais abaixo, de 2003 (Arquivo Publico do Estado de São Paulo - Mamoria Publica).

ACIMA: A rotunda do pátio em 1938, hoje demolida (CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VER MAIS DETALHES SOBRE ELA).
ACIMA: Em fotos de 1938, respectivamente a rotunda do pátio, hoje demolida, e casas da vila ferroviária (Fotos da Revista SPR, janeiro de 1939).
ACIMA: Em meados de 1949, e certamente por causa das modificações ocorridas após a implantação da variante entre Casa Branca e Tambaú que ocorreu em dezembro de 1948, a baldeação do tronco para o ramal estava sendo feita não em Casa Branca, mas em Cocais. Nenhuma explicação, nem se esta parada estaria ainda na linha velha (que, segundo se conta, teria convivido com a variante até meados dos anos 1950) ou se seria alguma parada provisória na variante (Folha da Manhã, 1/7/1949).

ACIMA: A linha da variante e a linha velha são mostradas no mapa acima.Onde está escrito "Estação de Briaréu" é na verdade a de Casa Branca-nova; a a de Briaréu é bem próxima, mas no leito da linha velha e não está assinalada. A linha velha corre mais ao sul no mapa; a da variante, mais ao norte e depois dirige-se ao canto esquerdo superior do mapa. Os anéis de linha na linha nova são as reversões para entrer no ramal de Mococa, onde está agora a estação de Casa Branca-velha, é a linha que segue para nordeste - CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VE-LO EM DETALHE E ÁREA MAIORES (IBGE, anos 1970).

ACIMA: As linhas da Mogiana na área urbana em Casa Branca, neste mapa do livro de Geraldo Majela Furlani, de 2003. A linha que vem de oeste e segue para o sudeste é a do tronco da Mogiana, variante de 1951 Lagoa-Tambaú. A estação de Casa Branca-nova fica no bairro do Desterro e não está assinalada, à esquerda do mapa. A linha que bifurca para o sul e depois faz uma volta para leste cruzando a linha da variante é o ramal de Mococa, que a partir de 1951 incorporou a estação de Casa Branca, a antiga. Esta sim, está assinalada, no centro, um pouco à direita, no mapa. Notar a curva que a linha faz em "U", para depois sair para o leste sentido Itobi. Na época do mapa, os trilhos do ramal desativado em 1990 ainda chegavam quase até a estrada que segue para Mococa (Desenho do livro de Geraldo Majela Furlani, "O Município de Casa Branca", 2003).

ACIMA: O antigo pátio de Casa Branca, com o depósito de máquinas e uma das casas estava assim em agosto de 2008. Trilhos ali são somente lembranças. A ligação do mapa acima não existe mais. Os vagões estacionados no canto direito estão isolados sobre pedaços de trilhos sem ligação com nada (Foto Leonardo Patara).

ACIMA: Entrada prineipal da antiga estação de Casa Branca, em foto de 2023, onde o uso do prédio é como centro de eventos (Foto Washingonr Luis Alves Jr. em 22/01/2023).

ACIMA: Fachada da antiga estação de Casa Branca, em foto de 2023, onde o uso do prédio é como centro de eventos (Foto Washingon Luis Alves Jr. em 22/01/2023).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Darcy Mennucci; Washington Luis Ales JDouglas Bulhões; Humberto Alvarenga Jr.; Tony Belviso; Luis Fernando Pecchiore Bastos; Rodrigo Cabredo; Leonardo Patara; Folha da Manhã, 1948-49; Revista SPR, 1939; Geraldo Majela Furlani: O Município de Casa Branca, 2003; Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1875-1969; Cia. Mogiana: relação oficial de estações, 1937; Relatório do Presidente da Província, 1884; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação em 1910 (Álbum da Mogiana)

A rotunda de Casa Branca, sem data. Foto cedida por Tony Belviso

A estação no final dos anos 1920. Acervo Douglas Alexandre Bulhões e Humberto Alvarenga Jr.

Estação e plataforma (1996). Foto Darcy Mennucci

A fachada da estação (1996). Foto Darcy Mennucci

Estação e plataforma (31/12/1999). Foto Ralph M. Giesbrecht


Fachada da estação, já pintada (31/12/1999). Foto Ralph M. Giesbrecht


A estação como estava em agosto de 2008. Foto Leonardo Patara

A estação novamente restaurada, em março de 2013. Foto Luis Fernando Pecchiore Bastos

A estação em 26/3/2016. Foto Fernando Marietan

A estação em 17/10/2018. Foto Silvio
Rizzo

A estação em 17/10/2018. Foto Silvio Rizzo
     
Atualização: 23.01.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.